sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Fases do afogamento

Durante um afogamento, ocorrem 4 fases:

1. Apneia inicial - bloqueio reflexo (espasmo) da glote. A glote fecha-se impedindo a entrada de ar ou líquido para as vias aéreas. Pode existir água na boca e a vítima pode engolir água (duração de 10 a 60 segundos).

2. Dispneia - relaxamento parcial da glote. A vítima engole água e entra água para as vias aéreas e consequentemente para os pulmões. Nos pulmões, o movimento do líquido lava o surfactante, dificultando as trocas gasosas (duração de 60 a 90 segundos).

3. Apneia terminal - inconsciência da vítima. Há água nos pulmões e estômago, podendo haver relaxamento dos esfíncteres. Há paragem respiratória (duração de 90 segundos a 3 minutos).

4. Paragem cardíaca - paragem cardiorespiratória. Ocorre dilatação das pupilas e cianose (duração de 4 ou mais minutos).

O resgate e posterior avaliação e estabilização da vítima são fundamentais. Observação de existência de tosse com ou sem espuma são sinais da gravidade do afogamento.
Ideal auscultar pulmões em busca de inundação, utilização de oxigénio e DAE com ou sem monitorização. A partir da segunda fase, há indicação para observação hospitalar podendo haver necessidade de internamento nos Cuidados Intensivos.

2 tipos de afogamento


Existem essencialmente 2 tipos de afogamento:
Passivo - no qual a vítima fica inconsciente devido paragem cardíaca ou a trauma, por exemplo. Ocorre o espasmo da glote, o que impede momentaneamente a entrada de água pelas vias aéreas, seguindo-se o reflexo respiratório que provoca a inalação de líquido levando ao afogamento;
Activo - ocorre normalmente por pânico ou cansaço, a vítima luta por se manter à superfície até perder as forças, sucedendo-se as fases do afogamento.

Se no primeiro, a maior preocupação é lançar o alçerta, tirar a vítima da água e aplicar o suporte básico de vida, até chegar ajuda como o suporte avançado de vida; no segundo existe uma janela de oportunidade maior para o resgate, sendo, no entanto, necessário avaliar a vítima após tirá-la da água, particularmente se tem tosse com ou sem espuma (usar o algoritmo do afogamento, Szpilman 2001)