sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Posicionar a vítima


Num resgate de uma vítima de afogamento numa praia, caso tenha inalado água (que por defeito devemos considerar essa hipótese), essa água vai inundar as vias aéreas e orgãos respiratórios (pulmões). Essa á a causa do afogamento, pois vai diminuir ou anular as trocas gasosas - hematose; e, ao "lavar" o surfactante da superfície interna do pulmão, vai provocar o seu colapso (encolhimento) - atelectasia.
Após retirar a vítima da água, temos de a colocar no chão num local seguro e seco para a avaliar e estabilizar.
É ERRADO deitá-la de cabeça para baixo. A água ingerida (vias digestivas) pode ser regurgitada, podendo dirigir-se para as vias aéreas impedindo a respiração.
A vítima DEVE ser deitada paralelamente à água sobre o seu lado direito. Isto é dizer que podemos aproveitar o habitual desnível da areia e deitá-la com o seu lado direito em direcção à água (cabeça para Norte, ou para Oeste no Algarve). Isto porque o bronquio direito tem uma orientação mais vertical que o esquerdo (ver imagem). Ao inalar água, pela acção da gravidade e da deslocação dos fluídos, naturalmente o pulmão direito será o mais inundado. Assim, ao termos de sobrecarregar um pulmão (deitando a vítima sobre um dos lados), é preferível sacrificar o provavel e teóricamente mais afectado, deixando o outro mais liberto para as trocas gasosas, suportando a oxigenação dos tecidos até chegar o socorro avançado e a vítima ser transportada ao hospital.
Então, vítima NUNCA de cabeça para baixo, mas deitada sobre o lado DIREITO.

Tratamento de cutelaria


A cutelaria, após utilização deve ser limpa e preparada para ser guardada.
Para tal, deve ser livre de toda a sujidade e deve ser aplicado um óleo, no cabo e na lámina.
Contudo para devem ser utilizados óleos diferentes para as diferentes partes de uma faca, serra ou machado.
No cabo de madeira, deve ser aplicado óleo de linhaça (existem 3 tipos, usem o fervido) que pode ser comprado numa drogaria ou loja de ferragens.
Na lámina, NÃO deve ser usado óleo de linhça, pois oxida o metal, devido à presença de ácidos gordos, mas SIM óleo mineral (daquele usado nos motores dos carros), ou óleo de silicone (p.e. o W5 do LIDL).
Este post teve a colaboração de utilizadores do Forum Bushcraft-PT

domingo, 5 de dezembro de 2010

KRAV MAGA IBERIAN SEMINAR 2010 FPKM FEKM RICHARD DOUIEB - LAST CHANCE TO...

Defesa Pessoal


Uma das coisas mais importantes numa situação de sobrevivência, sobretudo num cenário de catástrofe, é a defesa pessoal. Uma das formas de nos mantermos vivos.
Actualmente, o sistema de defesa pessoal mais eficaz e eficiente é o Krav Maga. De seguida, fica um texto descrevendo este sistema de defesa.
O Krav Maga, sistema oficial israelita de defesa pessoal, foi criado por Imi Lichtenfeld há cerca de cinquenta anos. O seu objectivo é ensinar a todos os praticantes, independentemente da idade, condição física e experiência, a defenderem-se de uma variedade de ataques.
Dada a eficácia do Krav Maga ("combate próximo" em Hebraico), este Sistema de Defesa ganhou aceitação nas melhores organizações militares e para-militares mundiais, estando presente, por exemplo, no sistema de treinos do BOPE no Brasil, da GIGN em França, da SWAT TEAM e do FBI, nos Estados Unidos. Em Portugal é ministrado na Polícia Judiciária e na Companhia de Operações Especiais da GNR, entre outras forças. Em Israel, o Krav Maga é usado pelas Forças de Defesa Israelitas (IDF), polícia israelita e serviços de segurança.
A partir de 1964 o Krav Maga começou a ser difundido e ensinado a civis, tendo sido reconhecido pelo Ministério Nacional da Educação. Posteriormente, o Krav Maga estabelece-se nos Estados Unidos e na Europa.
Este sistema de defesa diferencia-se das restantes artes marciais pelo facto de se assumir como um sistema de sobrevivência que lida com os problemas da segurança pessoal no contexto de defesa contra atacantes armados ou desarmados, recorrendo a tudo o que estiver ao alcance, permitindo qualquer combinação de ataque e defesa. É considerado um moderno e altamente refinado sistema de defesa em tentativas de assalto, ataques na rua ou assédio sexual.
Baseando-se nos princípios morais e humanos que salientam a importância da integridade, humildade e respeito pelo próximo, o ensino do Krav Maga enfatiza a utilização das suas técnicas de forma apropriada, de acordo com a situação.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Fases do afogamento

Durante um afogamento, ocorrem 4 fases:

1. Apneia inicial - bloqueio reflexo (espasmo) da glote. A glote fecha-se impedindo a entrada de ar ou líquido para as vias aéreas. Pode existir água na boca e a vítima pode engolir água (duração de 10 a 60 segundos).

2. Dispneia - relaxamento parcial da glote. A vítima engole água e entra água para as vias aéreas e consequentemente para os pulmões. Nos pulmões, o movimento do líquido lava o surfactante, dificultando as trocas gasosas (duração de 60 a 90 segundos).

3. Apneia terminal - inconsciência da vítima. Há água nos pulmões e estômago, podendo haver relaxamento dos esfíncteres. Há paragem respiratória (duração de 90 segundos a 3 minutos).

4. Paragem cardíaca - paragem cardiorespiratória. Ocorre dilatação das pupilas e cianose (duração de 4 ou mais minutos).

O resgate e posterior avaliação e estabilização da vítima são fundamentais. Observação de existência de tosse com ou sem espuma são sinais da gravidade do afogamento.
Ideal auscultar pulmões em busca de inundação, utilização de oxigénio e DAE com ou sem monitorização. A partir da segunda fase, há indicação para observação hospitalar podendo haver necessidade de internamento nos Cuidados Intensivos.

2 tipos de afogamento


Existem essencialmente 2 tipos de afogamento:
Passivo - no qual a vítima fica inconsciente devido paragem cardíaca ou a trauma, por exemplo. Ocorre o espasmo da glote, o que impede momentaneamente a entrada de água pelas vias aéreas, seguindo-se o reflexo respiratório que provoca a inalação de líquido levando ao afogamento;
Activo - ocorre normalmente por pânico ou cansaço, a vítima luta por se manter à superfície até perder as forças, sucedendo-se as fases do afogamento.

Se no primeiro, a maior preocupação é lançar o alçerta, tirar a vítima da água e aplicar o suporte básico de vida, até chegar ajuda como o suporte avançado de vida; no segundo existe uma janela de oportunidade maior para o resgate, sendo, no entanto, necessário avaliar a vítima após tirá-la da água, particularmente se tem tosse com ou sem espuma (usar o algoritmo do afogamento, Szpilman 2001)

sábado, 4 de setembro de 2010

Terminologia Afogamento


É comum ouvirem-se vários termos sobre o afogamento, sem muitas vezes se ter presente o que significam. Assim, deixo aqui um pequeno glossário sobre esses termos.
Posteriormente, iremos abordar individualmente cada um deles.

Quase afogamento - sobrevivência, pelo menos temporariamente, após aspiração de fluídos para os pulmões, resultando em prejuízo na transferência de gazes, hipóxia e possível morte.
Afogamento - morte por asfixia por imersão, especialmente em água.
Afogamento secundário - o início tardio dos sintomas do "Quase afogamento".
Afogamento seco - morte após submersão, quando nenhuma água é encontrada nos pulmões após autópsia.
Inibição vagal - abrandamento extremo, ou mesmo paragem, do funcionamento cardíaco (coração) por estimulação do nervo vago devido a imersão da cara na água.
Reacção do mergulho - a tripla resposta constituída pelo reflexo de suster a respiração (apneia), vasoconstrição periférica e abrandamento do batimento cardíaco (bradicardia), característicamente observados em animais qua mergulham (p.e. focas).
Hidrocussão - termo por vezes atribuído à morte súbita, particularmente em indivíduos jovens e bem preparados fisicamente, após imersão, quando não é detectada causa óbvia em autópsia.
Choque térmico - a resposta inicial à imersão súbita em água fria, verificada em indivíduos desprotegidos ou não habituados, caracterizada por respiração sibilante, aumento descontrolado do ritmo ventilatório e um aumento do batimento cardíaco e da pressão sanguínea. O choque térmico pode causar a paragem cardíaca ou provocar incapacidade motora que leva à aspiração de água.

Ano Lectivo

No dia 13 deste mês vai iniciar-se o ano lectivo de 2010/11.
É do interesse da Norteio continuar a trabalhar para o Salvamento Aquático e Sobrevivência. Espera-se para este ano continuar a estudar e reportar neste blog assuntos de interesse para todos os que dispensam algum do seu tempo a estas temáticas, nomeadamente alguns documentos (estejam atentos à barra lateral direita)
Continuaremos a desenvolver a formação (Salvamento Aquático e Curso Básico de Técnicas de Sobrevivência), tentando desenvolver alguns workshops mais específicos que serão aqui anunciados.
Assim, para todos, um bom ano de trabalho e bem vindos.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Madeira

E como a vida não se faz só de trabalho, este blog foi para fora, cá dentro. Foi passar uns dias à madeira.
Um local 100% recomendável, principalmente para os amantes da Natureza, o que em maior ou menor escala, todos são.
De entre algumas actividades, deixo aqui algumas fotos.





quarta-feira, 16 de junho de 2010

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Há a possibilidade de trabalhar a tempo inteiro.
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sábado, 24 de abril de 2010

FOGO

O Fogo é um dos componentes essenciais em sobrevivência. Há quem o considere sagrado! Na verdade, a sua existência é vital. Ele aquece, purifica água, cozinha, ilumina e conforta o espírito. Para mim um fogo é uma excelente companhia.
Se numa situação de sobrevivência a sua construção pode ser vital e, por conseguinte, prioritária (adicionando para o efeito suficientes formas de o iniciar no kit), numa situação de lazer, como um acampamento ele poderá ser somente uma mais-valia. Contudo, a sua elaboração deve ser cuidada, bem planeada e bem executada, sob o risco de não o conseguirmos fazer, perdermos o seu controlo, ou tão simplesmente causarmos algum impacto na Natureza (chamo especial atenção para este facto).
Assim deixo aqui um vídeo sobre os aspectos gerais da sua realização.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

SOBREVIVÊNCIA EM CATÁSTROFES


Por definição o desastre é: desgraça imprevista e funesta; revés; infortúnio; catástrofe; sinistro.
Os desastres podem ocorrer em qualquer lugar, em qualquer altura e de várias formas. Para qualquer pessoa envolvida, à semelhança do tsunami asiático de 2004, as consequências podem ser devastadoras. A sobrevivência pode depender de uma combinação de factores, ou simplesmente da pura sorte. Contudo, a frase-chave tem de ser “preparação através da informação”.
Atendendo a que podemos estar perante desastres naturais ou provocados pelo Homem, a preparação deve estar sempre presente. A formação sobre análise de risco, acompanhada dos respectivos planos de operação normal e dos planos de acção de emergência, deveria fazer parte da formação base do nosso sistema de ensino. Não é à toa que figuras tão importantes do nosso panorama científico, como Alexandre Quintanilha, se dedicam ao estudo do risco e da sua influência na vida das pessoas.
Deixarei mais indicações práticas sobre os vários tipos de desastre, mas de momento deixo a orientação para nos posicionarmos dentro de instalações em caso de terramoto.
O chamado triângulo da vida permite que escapemos ao impacto de uma parede se parte de uma casa se desmoronar. Quando um edifício colapsa, o peso do tecto cai sobre os objectos ou móveis esmagando-os. Contudo cria-se um espaço vazio ao lado deles. Este espaço é o chamado triângulo da vida. Quanto maior o objecto, quanto mais pesado e forte, menos este se compacta e maior é o espaço vazio criado ao seu lado, bem como a probabilidade de sobrevivência. É neste espaço vazio, ao lado dos objectos, que nos devemos colocar e NUNCA debaixo deles.
Com esta informação, devemos treinar a reacção (plano de acção de emergência) dentro de nossas casas, escolas, emprego ou na rua. Traçar um simples plano mental enquanto olhamos para um cenário, permite ao nosso cérebro elaborar e registar uma futura acção. Vejam as imagens
TRIANGULO DA VIDA

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Resgate de vitima de lesão vertebro-medular

O resgate de uma vitima de lesão vertebro-medular requer mais técnica e cuidado que qualquer outro tipo de vítima.
Na abordagem devem ser evitados movimentos bruscos e considerados 2 objectivos principais:
  • permeabilização das vias aéreas
  • estabilização da coluna vertebral (principalmente do segmento cervical).

A abordagem ideal deve ser realizada com recurso a um colar cervical e um plano duro e em equipa de 4 elementos (demonstrada num próximo post).

Contudo, na grande maioria das vezes, poderemos ter que abordar uma vítima sozinhos, tendo mesmo de a rebocar para local seco e seguro. Neste cenário, existem essencialmente 3 tipos de estabilização:

  • com suporte esternal e interescapular, realizada pelos antebraços
  • estabilização bilateral, usando o peito como plano duro
  • usando os braços da vítima como estabilizadores cervicais

ATENÇÃO: devido à dificuldade que representa estabilizar e rebocar uma vítima, ainda que leve, com estas técnicas, elas só deverão ser escolhidas como meio provisório até outro método de resgate chegar (p.e. embarcação), ou deve ser adicionado outro método de resgate como complemento ao reboque (p.e. carretel).

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Encontro


No passado fim-de-semana alargado de páscoa (dias 1, 2, 3 e 4), realizou-se o primeiro encontro oficial do fórum Bushcraft e Técnicas de Sobrevivência, no qual este fórum esteve presente através do seu responsável.

Teve lugar nas terras do Caramulo e contou com o importante apoio do Presidente da Junta de Freguesia, na cedência do terreno e contacto com entidades locais (Protecção Civil e GNR).

Reuniram-se cerca de 16 pessoas do Norte ao Sul do País, interessadas e entendidas na matéria. Trocaram-se ideias, experimentaram-se técnicas e equipamentos, cozinharam-se pão, sopas, carne, parilhou-se conhecimento e acima de tudo, houve diversão, tudo ao som do fogo e ao abrigo da Natureza.

Embora o clima não tenha ajudado, pois choveu a maior parte do tempo e as temperaturas chegaram aos 5ºC, os elementos dormiram em abrigos, camas de rede e tendas.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Balsa Salva-Vidas (procedimentos)


Atendendo a que não vai ser mais possivel ficar na embarcação-mãe, temos de abandoná-la. Para tal há uma sequência de procedimentos a ter antes de o fazer. A saber:
  1. avisar toda a tripulação que vai ter de abandonar a embarcação

  2. lançar pedido de socorro via rádio e activar o EPIRB (Emergency Position-Indicating Radio Beacon)

  3. disparar um very-ligh para possivel visualização de embarcações no raio de 40 km

  4. chamar toda a gente ao convés, mandar vestir roupa para protecção do frio (se possivel um fato isotérmico)

  5. ver se toda a gente tem o colete salva-vidas vestido e ajustado (usar o sistema de binómios para verificação mútua) e fazer uma contagem

  6. beber uma boa quantidade de líquidos não-alcoólicos e tomar comprimidos anti-enjoo

  7. pegar no saco de emergência BOB (Bug-Out-Bag)

  8. lançar a balsa à água (esperar o último momento seguro par o fazer - quanto mais tempo pudermos ficar na embarcação-mãe, ficamos)

Este protocolo, tal como qualquer Plano de Acção de Emergência (PAE) deve ser treinado e explicado a todas as pessoas que naveguem na nossa embarcação.

Embora todos os passos sejam úteis, vestir os coletes, lançar o alerta, activar o EPIRB e lançar a balsa, são os passos prioritários.

Boa viagem!

terça-feira, 23 de março de 2010

Nós de Segurança


Existem vários tipos de nós. Os nós de segurança são muito úteis para estabelecermos a nossa segurança em várias situações: resgate, auto-resgate, escalada, rapel, entre outras mais simples como fixar um tarp ou estirar as fixações de uma tenda às espias.

Embora existam mais, aconselho 2 que são de fácil execução e aplicação: Prussik e machard. Eles prendem (travam) se a ponta solta sofrer tensão e deslizam se o deslocarmos colocando a mão sobre o nó.

Lembrar que a corda usada para o nó de segurança, deve ser sempre de menor diametro que a principal.

segunda-feira, 15 de março de 2010

A Balsa Salva-Vidas





Em navegação, além de obrigatória, a balsa Salva-Vidas pode ser a diferença entre morte ou vida. Várias são as situações que surpreendem os mais experientes navegadores, levando a que uma viagem possa tornar-se num pesadelo.
A balsa Salva-Vidas é uma embarcação insuflável de recurso, construída e munida de equipamento suficiente para sobrevivência em alto mar. Ela encontra-se em todas as embarcações, na forma de um saco ou caixa de plástico que, lançada à água se auto-insufla de maneira a receber os náufragos.
Contudo, nem todas as situações têm indicação para lançar a balsa e os tripulantes. A embarcação principal só deve ser abandonada quando:
− Ela vai afundar;
− Ocorre um incêndio impossível de controlar e/ou existe o risco de explosão
Caso contrário, deve permanecer-se na embarcação principal pelos seguintes motivos:
− Possui mais mantimentos e equipamento que a balsa comporta;
− Oferece mais abrigo;
− É muito mais visível para os meios de resgate e salvamento (embarcação > balsa > náufrago de colete);
− Pode conseguir-se uma ajuda, como reboque ou transporte;
Todavia, na necessidade de ser lançada, a balsa deve ser amarrada antes de ser atirada à água, de forma a criar um cordão umbilical à embarcação principal. Posteriormente, após todos os sobreviventes terem entrado na balsa e correspondente contagem, o responsável cortará o cordão, libertando a balsa. Em caso de vento forte ou ondulação, dever ser lançada do lado protegido destes elementos.
No próximo post, mencionarei alguns procedimentos desta operação.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Curso (parte 2)

Foi durante Dezembro passado que se realizou mais uma parte do curso de sobrevivência ministrado aos alunos do Curso Técnico de Segurança e Salvamento em Meio Aquático.
foi um fim-de-semana muito frio e com muita chuva. Se por um lado não ajudou a tarefas como o fogo, por outro, proporcionou um extremo trabalho contra a hipotermia, particularmente no abrigo.
Foram dadas técnicas de fogo, como a em T, montagem de Tarp, basha inglesa e outros métodos de circunstância como abrigo. Foi abordada a naveação nocturna, filtragem e purificação de água, entre outras.
Um dia bem passado, com um bom feedback dos alunos.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Bug-Out-Bag


Em situações de crise (catástrofes ou outras), pode haver a necessidade de nos evadirmos, abandonando tudo o que temos (casa, carro, etc), devido à falta de segurança desses locais. Contudo, devemos preservar a nossa sobrevivência. Nesses acontecimentos, a falta de comunicação, acessos, água potável, alterações ambientais, entre outros factores, podem condicionar em maior ou menor escala a nossa vida.
Utilizando um princípio básico da sobrevivência, a preparação, devemos construir um kit de evasão e sobrevivência. Normalmente na forma de uma mochila, o Bug-Out-Bag (ou simplesmente BOB), é preparado no intuito de satisfazermos as necessidades mínimas, até chegar socorro ou resgate.
Muito habitual nos militares e agentes secretos, e tal como o nome indica, é um saco que, quando temos de fugir, é a única coisa que pegamos antes da evacuação.
Não obstante a nossa sobrevivência, e atendendo à alta probabilidade de encontrarmos muitos feridos, é nossa obrigação moral e humana prestar socorros e orientação a essas pessoas. Daí, ache que o kit de primeiros socorros deva ser reforçado.
É mais ou menos convencionado que o BOB seja elaborado para uma sobrevivência de 72 horas, todavia, e ponderando a relação quantidade peso, ele pode visar uma ausência mais alargada.
Algumas peças que o BOB deverá conter: identificação, algum dinheiro, corda, fita adesiva, faca, serra, machado, canivete multi-funções, água, comida enlatada ou desidratada, rádio, isqueiro, pedernal, arame, kit 1º socorros, pastilhas potabilizadoras de água, toalhetes de higiene, lanterna, sacos de plástico, impermeável, manta isotérmica, entre outros...

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Sinalização

Após um episódio que implique sobrevivência, por exemplo, um acidente de viação no deserto, um avião que se despenha, um naufrágio, um dos erros comuns (dos primeiros a estar presente nas pessoas), é o de abandonar o local, por vários motivos: descobrir o caminho, ir para algum sítio, procurar alguém, procurar algo, etc. Quando, na realidade, a primeira coisa a fazer, salvo se a segurança estiver em causa, é providenciar medidas de sinalização. Porque, ainda que mal preparada a viagem (especialmente ao não avisar alguém) alguém nos há-de vir procurar (havemos de faltar em algum sítio). E quando passa um avião, um helicóptero ou um barco, nós temos mesmo de nos fazermos ver.
A título de exemplo, pense-se num naufrágio, por incêndio, em que a embarcação tem de ser abandonada por risco de explosão ou queimaduras graves. Após nos afastarmos, devemos voltar a ela, o mais rapidamente possível. Já muitas embarcações foram encontradas abandonadas e a flutuar, quando os sobreviventes continuam à deriva.
À noite, ocorre um paradoxo interessante. É que se por um lado é mais difícil nos verem, por outro, com o correcto equipamento ou técnicas é mais fácil fazer-nos ver. Isto toma maior importância no mar, quando a miníma ondulação tapa facilmente uma balsa salva-vidas ou outra embarcação. Contudo, ao avistarmos salvamento, devemos agir no timming perfeito, para que de facto nos vejam. Um navegante que sobreviveu mais de 4 meses numa balsa, falhou 2 vezes a sinalização perante um navio, mesmo lançando sinais luminosos.
Este vídeo demonstra algumas técnicas de sinalização nocturna.

Alimentação

Muitas pessoas não sabem ou esqueceram que os nossos antepassados foram caçadores, antes de serem produtores.
A sua posição perante os alimentos era de colectores. Eles colhiam alimentos conforme a necessidade. Nos últimos anos, com a introdução da agricultura e da cultura animal, tendemos a produzir e armazenar (para não falar na manipulação), assumindo estatutos que não nos pertencem. Quem produz é a Natureza, nós devemos partilhá-la, com tudo o que ela nos dá, com os outros seres vivos.
Com esta (in)evolução, fomos perdendo o poder de ouvir e sentir o nosso corpo, recebendo e processando as suas mensagens de necessidade, funcionamento e prazer. Daí, entrarmos num super-mercado, com uma lista do que devemos comprar para comer, para consumir, sem olharmos para as coisas e perceber se estão, naquele momento, compatíveis com as nossas necessidades. Todos deveríamos tentar entrar na Natureza, ou no super-mercado e adquirir, consumir o que realmente necessitamos. Hoje um peixe, porque parece fresco e porque me despertou interesse, e umas batatas. Amanhã um bife com vegetais. Isso é diversificar a nossa alimentação, sem acumular stocks, ou sobrecarregar o organismo.
Tal como faziam os nossos antepassados.
Deixar o corpo orientar as necessidades, de forma natural, tal como a Natureza, pois dela somos uma parte...

2010

Gostava de iniciar este ano com uma mensagem, que existe há mais de 100 anos e que fará sentido durante outras tantas centenas de anos:
"Somo nós que pertencemos à Natureza e não ela que nos pertence a nós".