quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

PSICOLOGIA


Toda a gente constitui uma potencial vítima e ninguém está preparado para todas as situações!
Como tudo na vida, por muitos planos e preparação existentes, há sempre cerca de 5% de tudo que está entregue ao acaso. Há sempre algo que não controlamos. Um conjunto de pormenores que, quando juntos, representam uma nova condição. Um nevoeiro que se levanta, exactamente no momento em que passamos no local que não conhecemos tão bem, ou numa altura em que temos de atravessar um mato mais denso, ou numa zona de correntes. Uma vez que fui mergulhar a L’Startit, Espanha, numa ilha a 3 milhas da costa, saímos ao 3º dia no barco de um guia experiente que fazia aquela viagem à anos e várias vezes por dia. No exacto momento em que saímos do porto, levantou-se um nevoeiro que não se via 5 metros à frente. Ao mesmo tempo, ocorreu algo que ninguém soube explicar: o GPS avariou e a viagem passou a fazer-se pela bússola do barco. Era só rumar a Este e encontraríamos a ilha. Porém, durante 1 hora seguimos à deriva pois a bússola indicou tudo, menos a ilha. Coincidência, naquele dia, mais ninguém tinha uma bússola no barco. Ninguém tinha explicação! Até que avistamos a costa, seguimos até ao porto, pegamos noutro GPS e outra bússola e em 20 minutos estávamos ancorados na ilha. Tudo nem chegou a ser um susto, mas transporte-se a situação para gente menos experiente e num local mais afastado da costa e o desfecho poderia ser outro. Isto para dizer que devemos assumir que o acaso está sempre presente e que, por isso, a primeira forma de nos prepararmos, é analisando e treinando a nossa psicologia. O simples facto de sabermos o que nos poderá acontecer psicologicamente (e o que já aconteceu a outros sobreviventes) é uma enorme ajuda na hora em que nos sentirmos cansados, famintos, sedentos, feridos, sozinhos e a nossa moral começar a baixar (o que pode acontecer ao ponto de perdermos a vontade de viver), pois vai permitir que combatamos esses sentimentos com alguma razão, colocando em prática o que lemos e/ou treinamos. O exército dos Estados Unidos da América recomenda as seguintes capacidades para o sucesso em sobrevivência:


Capacidade de concentração
Capacidade para improvisar
Capacidade de vivermos connosco próprios
Capacidade de adaptação a uma situação
Capacidade de nos mantermos calmos
Capacidade de ser optimista, enquanto, ao mesmo tempo nos preparamos para o pior
Capacidade de compreendermos os nossos próprios medos e preocupações, lidar com eles e superá-los.



Assim deixo aqui duas mnemónicas para nos ajudar a raciocinar e reagir numa situação de sobrevivência.



STOP
S
top, don’t panic
Think about the situation
Orientate, try to understand where you are
Plan, define the priorities and start to build a solution