segunda-feira, 24 de março de 2008

O espaço


Basta uma pequena viagem de carro para nos darmos conta de que ainda há muito espaço no planeta...
Entre núcleos celulares formados pelas cidades e pelos seus aglomerados, para além das vilas e aldeias e das superfícies cultivadas que as rodeiam, quanto espaço! (Pierre Esclasse, 2004)
Quem já não saiu de casa com um rumo e foi manipulado por um "domingueiro", tendo estragado o seu dia, bem como o seu humor. Pessoas que reféns das suas limitações tomam as estradas de assalto e os demais condutores como seus próprios reféns. Terrível.
Todavia, escrevo para aqueles que vêm terra para além do cinzento, do acessível a carro, mota, ou até bicicleta. Os que se apercebem que a Terra é de todos, mas a Natureza é só para alguns, os que se aventuram. O cheiro a terra, a rio, mar, o verde, o som, a cor, o frio, o calor... a liberdade...
Não vou comentar esta paralisia colectiva de não sair do trilho, nem, por outro lado, os que de repente se acham robustos arqueólogos ou exploradores e se lançam à toa. Também, não vou incidir nos assuntos que tão frequentemente são abordados por escolas, empresas, associações e clubes de montanhismo, náutica ou aviação. Assuntos de orientação básica, cuidados gerais, legislação, entre outros.
Aponto à prevenção, à premeditação, à perspicácia e ao treino, como pilares de sustentação em situações de sobrevivência. Sobrevivência como extremo, usufruto da Natureza, nos seus mais diversos domínios, como prática corrente (profissional ou lúdica).
A necessidade faz o engenho. Se observarmos (basta em Portugal) a forma como técnicas e instrumentos, simples e brilhantes, são legados por gerações e ainda usados nos dias de hoje, vemos que a solução está sempre perto de nós.
Por outro lado, se dominarmos o conhecimento e prática dessas técnicas e instrumentos, além de mais confiantes e descontraídos, conseguimos, com menos, fazer muito mais: "quanto mais levarmos na cabeça, menos levamos na mochila"
Gostava de, com isto, sensibilizar quem me lê para estar mais atento e interagir com a Natureza, usando-a e respeitando-a. Seguir os que dela dependem, pois são eles que detêm o conhecimento que não vem nos livros, ou nos computadores. E não esqueçam, a Natureza tem os seus próprios meios de fazer as coisas, sejamos inteligentes e sigamos com ela...

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