quinta-feira, 18 de junho de 2009

Hipotermia por imersão



A temperatura corporal normal ronda os 37º C. Ocorre hipotermia, ou seja, descida dessa temperatura, quando os valores passam a barreira dos 35º C.

A hipotermia tem 3 estados:

  • ligeira - aprox 35º C

  • moderada - aprox 32º C

  • severa - menos de 28º C
Sobre os seus efeitos, sinais e sintomas, escreverei mais tarde.

A imersão em água fria é uma das formas mais rápidas de perder calor corporal, pela qual um indivíduo passa rapidamente para um estado de hipotermia severa.

Na água a temperatura corporal perde-se cerca de 25 vezes mais rápido que no ar (desconsiderando o vento). Adicionando a isto, o facto de, normalmente, as pessoas cairem nela sem a devida protecção: vestuário isotérmico e flutuante; podemos verificar que a hipotermia se instala de forma muito rápida. Perante uma situação de imersão em água fria, deve retirar-se rapidamente a pessoa , do meio líquido, sem movimentos muito bruscos (se for em gelo, deve rastejar-se e assim sair da placa gelada), retirar-lhe as roupas molhadas e colocá-la num local abrigado de humidade ou vento, vestindo-a com roupa seca ou envolvendo-a numa manta isotérmica (manta de emergência). Outra forma de a aquecer é colocá-la em contacto directo com outras pessoas, aproveitando o seu calor humano. Isto é válido para um auto-salvamento, no qual, além destas medidas, tentar secar as roupas (com um fogo, ou ao sol) e depois de aquecidos voltar a vesti-las. Por isso a importância de levar sempre uma muda e acondicionada num saco plástico, ainda que dentro de uma boa mochila.

NUNCA se deve: dar bebidas quentes, fornecer uma fonte de calor muito forte à vitima, movimentar demasiado a vitima, deixá-la sozinha (apenas se necessário para pedir ajuda), desistir de salvar a vítima.

Deve SEMPRE: aquecer-se LENTAMENTE a vítima, pedir ajuda, estar atento aos sinais vitais e monitorizar a sua evolução.

Nos acidentes náuticos, é frequente os náufragos terem de esperar por salvamento. Nessa situação, a par de vestuário adequado, devemos colocar-nos na posição fetal (ou HELP) sem realizar movimentos e aguardar a chegada de ajuda. Essa posição, além de confortável, protege os locais de maior perda de calor: cabeça, pescoço, axilas, tórax e virilhas.

domingo, 14 de junho de 2009

Água, sabor


Alguns sabores podem provocar o vómito.
Algumas das questões que se colocam sobre a água são sobre a sua purificação, em particular sobre o sabor que terá após adição de uma pastilha purificadora. Não vou aqui estender-me sobre os métodos de purificação, pois mais tarde o farei. Contudo, deixo apenas uma dica sobre o assunto. Quando purificamos água com um pastilha própria para o efeito, devemos ter em conta alguns pormenores:

  • normalmente 1 pastilha chega para 1 litro de água;

  • devemos aguardar cerca de 30 minutos após a sua adição, antes de beber;

  • devemos procurar usar 2 cantis, enquanto um purifica (30 min), temos o outro disponível para beber;

  • muitas vezes, a pastilha não invalida a necessidade de ferver a água;

  • as pastilhas, devido à sua constituição reactiva, devem ser bem acomodadas e protegidas, especialmente quando circulam ao ar livre;

  • após adicionar uma pastilha, a água poderá saber um pouco a cloro (nada que nunca tenhamos sentido numa piscina), uma dica é usar umas pastilhas efervescentes com sabor (laranja, etc), que adicionadas à água, não interferem com a purificação e eliminam o sabor desagradável.

Podem ser escolhidas pastilhas com cafeína, ou outros extras, ou melhor, pastilhas com sais e minerais, pois são esses que mais perdemos na transpiração. Em vez das pastilhas, pode ser usado pó, como Tang, ou outros.
MUITO IMPORTANTE é nunca beber nada que nos faça vomitar. A quantidade de água perdida pelo vómito pode ser fatal. O sabor a cloro pode provocar o vómito.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Kit de Sobrevivência

Antes de me alongar em sugestões sobre o que se deve, ou não, colocar num kit de sobrevivência, acho pertinente que as pessoas tentem pensar no que será preciso escolher para a sua construção.
Contudo, deixo 2 orientações iniciais:
  1. cada vez que se escolhe uma peça para o kit, pensar a que necessidade ela dará solução;
  2. seguir a mnemónica dos 4 P's, sugerida por McCann, D. John (ex instrutor-chefe de sobrevivência do Wilderness Learning Center em Nova Iorque e actualmente dono do seu próprio negócio: Survival Resources).

Plan it: pensar no seu prepósito, destino, tamanho, etc;

Pick it: dispensar algum tempo a pensar nos seus componentes e nas funções destes;

Pay for it: pensar no orçamento que temos disponível ou no dinheiro que queremos gastar nele (pode ser esse o desafio)

Pack it: eleger o recipiente, bolsa, ou outro objecto onde irão ser armazenados (compactados) os componentes eleitos para o kit.

E para começar, este é o melhor exercício para iniciarmos a construção de um kit.

Bom trabalho!