segunda-feira, 21 de abril de 2008

A Teoria do BA

Quando nos deslocamos para ambientes ao qual o nosso organismo, mais especificamente o nosso sistema nervoso, não está tão familiarizado e automatizado, ficamos mais alerta.
A tudo o que é novo, uns mais outros menos, o nosso organismo reage. Simplesmente, reage. Olha mais, avalia mais, alerta mais os sentidos, fica mais reactivo. Todos temos estas propriedades. Nascemos com elas, é inato e fundamental à sobrevivência. E como dizia, e muito bem, Darwin, só o mais forte sobrevive.
Mas dependendo da orientação que toma a nossa vida, geográfica, profissional, familiar, a forma como reagimos a novas situações, pode melhorar ou esmorecer.
Contudo, além de reactivo, o ser humano é uma bela “máquina” e pode ser muito bem treinado. Ora, isto diz-nos que, como humanos, vamos sempre a tempo de nos adaptarmos a qualquer coisa. E isto contempla as situações mais inóspitas, ou as tão normais como o emprego ou hobby.
Os mais bem sucedidos, estão, à partida, mais bem preparados. Para nos prepararmos, temos, antes de mais, de saber prever antes de saber fazer. Só assim nos prepararmos para fazermos o mais próprio e eficaz.
A teoria do BA diz, tão simplesmente, que o plano B deve ser considerado antes do plano A. Ou seja, quando pensamos numa actividade ou situação para a qual partimos, (p.e. um novo negócio, uma saída de barco, uma viagem) devemos antes de a pôr em prática, pensar numa alternativa. Essa alternativa pode ser uma situação do mesmo género da inicialmente pretendida, uma situação totalmente oposta ou simplesmente uma reparação dos aspectos que correram mal. Isto pode soar a um dilema do tipo: quem nasceu primeiro o ovo ou a galinha, mas com o devido treino, essa sensação vai-se desvanecendo e o conceito, tornando mais lógico e familiar.
Num exemplo prático e simples, podemos pensar numa viagem. Uma viagem pode correr muito bem, muito mal, ou parcialmente mal. Se pensarmos que podemos perder os cartões, que podemos perder as malas, que podemos ficar doentes, que nos podemos deparar com uma falta de água potável, que a comida nesse local pode não ser muito compatível connosco, etc. Aplicando a teoria do BA, estipulando a viagem, e pensando nestas questões, podemos incluir na nossa preparação soluções para estes problemas: anotar números de cartões e contactos dos bancos, levar umas bolachas, pastilhas de purificação de água, alguns medicamentos… isto é pensar no plano B, antes de pensar no plano A. Ou seja, depois de pensarmos na viagem (destino e objectivo), preparamos, primeiro o plano B, que nos dará segurança e orientará o plano A. Não me apetece nada ir ao deserto se não puder levar água junto a mim ou saber que tipo de plantas existem nesse local.
Em viagens mais complicadas, como as de aventura ou uma simples caminhada para locais mais afastados e de difícil acesso, podemos pensar no plano B como um conjunto de técnicas a utilizar em situação de emergência. As artes artesanais. Estas sim, deverão ser treinadas antes de as aplicar numa situação real. Mas deixarei esse assunto mais para a frente…